O RESUMO

CONCEITO DE RESUMO

Na sua prática quotidiana, como estudante, muitas vezes é confrontado com a necessidade de ter que ler uma infinidade de textos e de tipos e formas diversos. Nalgumas dessas vezes, há necessidade de se retirar o máximo de informação dos textos lidos, sem, contudo, ter que fazer a sua transcrição integral: para tal há que se recorrer ao resumo.

Quando se fala de resumo, há uma ideia errada de que este seja um simples corte e uma colagem de passagens do texto-base . O resumo é mais do que isso. Exige de quem o faz o domínio de três capacidades essenciais: Compreensão total da estrutura do texto a resumir, compressão da informação e produção de um discurso com correcção. E um dos principais requisitos para que o resumo seja considerado de “bom”, é que ele seja fiel ao discurso e ao conteúdo do texto de base.
Deste modo, o resumo é um exercício que constitui a simbiose entre a síntese, objectividade, fidelidade e rigor.
No resumo de um texto faz-se a apresentação das ideias ou factos essenciais desenvolvidos num outro, de forma abreviada e respeitando ordem pela qual elas surgem no texto-base.

Em síntese, diríamos que o resumo de um texto é a sua reformulação , escrevendo-o de forma mais reduzida, preservando com maior rigor o essencial da informação que ele veicula.


Como se pode depreender, o resumo deve apresentar algumas qualidades básicas e universais: a fidelidade ao conteúdo e sentido global do texto original, a objectividade, a coerência, a coesão e a clareza.


COMO ELABORAR UM RESUMO?

Muitos autores consideram a existência de três fases principais na elaboração de um resumo: a fase preparatória (compreensão da estrutura do texto), a fase operacional (elaboração e redacção do resumo) e a fase final (revisão e redacção definitiva).


(a) Fase preparatória:

Nesta fase, faz-se a leitura global do texto, de modo a apreender o seu conteúdo, seguida de levantamento das ideias ou factos essenciais (aqui, destacam-se as palavras, expressões ou frases-chave).
De seguida, subdivide-se o texto em partes (podendo se recorrer a vários critérios de subdivisão, tais como: temático, espacial, temporal,...), atribui-se um título a cada uma das partes, destacam-se as palavras chave, sublinham-se os articuladores de discurso (advérbios ou locuções de tempo e lugar, conjunções coordenativas e subordinativas que indiquem oposição, adição, conclusão, alternância, causa/efeito, semelhança condição...), palavras ou expressões que marcam a sequencialidade do texto; esquematizam as ideias expostas e constrói-se o plano do texto.
É necessário frisar aqui que para a compreensão do texto, Serafini (1994) propõe o recurso a dois métodos:
- o método analítico que consiste na leitura do texto parágrafo por parágrafo, prestando atenção às conjunções e aos conectores. O resumo começa antes de se ter lido o texto na globalidade e reflecte fielmente a redacção do texto de partida;
- o método comparativo ou por guiões, geralmente usado por quem já possui informações sobre o assunto tratado no texto que está a resumir. Texto é compreendido com base nas próprias expectativas, utilizando vários registos que constituem a mémória. Ao fazer o resumo, percorre-se rapidamente o texto em questão, tendo presente algumas questões gerais sobre o assunto, às quais se procura responder.

(b) Fase operacional

Depois de ter feito a compreensão global do texto, segue-se a fase operacional, que consiste na construção de um texto novo, tendo como base o texto lido. Aqui é importante referir que o novo texto, não deve ser a repetição de passagens do texto-base, mas sim que seja um texto baseado naquele. Seguem-se os seguintes passos:
- Supressão: suprimem-se todas as palavras ou enunciados que se referem a pormenores secundários. No resumo, não deve figurar qualquer informação que se considere acessória e supérflua. Exclui-se a maioria dos adjectivos e advérbios, do vocabulário e expressões redundantes, comentários, exemplos, citações do texto de fonte. Reformulam-se as frases interrogativas e as que ocorrem no discurso directo.
- Generalização: substitui-se um conjunto de vocábulos por outros elementos mais gerais, que os incluem. Por exemplo “nas bancadas do Estádio, os espectadores estavam vestidos a rigor, uns traziam a cor vermelha, outros a amarela, alguns com a cor branca, outros com o azul ou verde e havia ainda quem trouxesse o seu equipamento todo castanho” pode substituir-se por “as bancadas do Estádio estavam coloridas de gente”.
- Selecção: muito próxima da supressão, consiste na supressão dos elementos que exprimem o óbvio e normais no contexto em causa, centrando-se apenas no que se considera importante.
- Construção/integração: no resumo, faz-se a substituição de determinadas expressões ou frases por outros de menor extensão, mas com o mesmo sentido, recorrendo a: sinonímia, conhecimento do mundo, transformações que implicam redução de paráfrases, de orações relativas aos adjectivos, de orações integrantes às nominalizações,...

(c) Fase final:

A fase final corresponde à elaboração do resumo final, na sua forma definitiva.
Nesta fase, quem faz o resumo deve pautar por escolher um vocabulário rigoroso, evitar leituras ambíguas; usar uma linguagem clara e concisa. No resumo não há espaço para a emissão de opiniões pessoais, nem para a repetição das frases do texto original.
Há que conferir a articulação entre os parágrafos do novo texto.
O resumo não deve exceder 1/3 do texto original (caso, não se fixem outros parâmetros)


FONTES:

COBRADO, José. Resumo de Texto – Ensino Secundário. Porto, Edições Asa, 2003.
SERAFINI, Maria Teresa. Como se Faz um Trabalho Escolar. 3.ª edição, Lisboa, Editorial Presença, 1994.
http://portuguesonline.no.sapo.pt/resumo.htm, acessado aos 31/03/2009.
www.brasilescola.com/redacao/resumo-texto.htm, acessado aos 31/03/2009


Comentários

jose cobrado disse…
Obrigado por citar o meu trabalho no seu blogue. Tenho disponível, em www.anossaescola.com, novos elementos sobre esta temática -resumir um texto, a contracção e a síntese - que poderão interessar-lhe e si e a quem quiser saber um pouco mais sobre técnicas essecíficas do resumo de textos.

Mensagens populares deste blogue

O TEXTO EXPOSITIVO-EXPLICATIVO

FICHA BIBLIOGRÁFICA

Diferenças entre o texto expositivo explicativo e o texto expositivo argumentativo